Caminhando e cantando e seguindo a canção Somos todos iguais braços dados ou não Nas escolas, nas ruas, campos, construções Caminhando e cantando e seguindo a canção
Vem, vamos embora, que esperar não é saber Quem sabe faz a hora, não espera acontecer
Vem, vamos embora, que esperar não é saber Quem sabe faz a hora, não espera acontecer
Pelos campos há fome em grandes plantações Pelas ruas marchando indecisos cordões Ainda fazem da flor seu mais forte refrão E acreditam nas flores vencendo o canhão
Vem, vamos embora, que esperar não é saber Quem sabe faz a hora, não espera acontecer
Vem, vamos embora, que esperar não é saber Quem sabe faz a hora, não espera acontecer
Há soldados armados, amados ou não Quase todos perdidos de armas na mão Nos quartéis lhes ensinam uma antiga lição De morrer pela pátria e viver sem razão
Vem, vamos embora, que esperar não é saber Quem sabe faz a hora, não espera acontecer
Vem, vamos embora, que esperar não é saber Quem sabe faz a hora, não espera acontecer
Nas escolas, nas ruas, campos, construções Somos todos soldados, armados ou não Caminhando e cantando e seguindo a canção Somos todos iguais braços dados ou não Os amores na mente, as flores no chão A certeza na frente, a história na mão Caminhando e cantando e seguindo a canção Aprendendo e ensinando uma nova lição
Vem, vamos embora, que esperar não é saber Quem sabe faz a hora, não espera acontecer
Vem, vamos embora, que esperar não é saber Quem sabe faz a hora, não espera acontecer
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"Pra não dizer que não falei das flores"
(também conhecida como "Caminhando") é uma canção escrita
e interpretada por Geraldo Vandré. Ficou em segundo lugar
no Festival Internacional da Canção de 1968. Teve sua
execução proibida durante anos, após tornar-se um hino de
resistência do movimento civil e estudantil que fazia oposição
à ditadura militar brasileira, e ser censurada.
A canção ficou em vigésimo oitavo lugar na lista das
100 Maiores Músicas Brasileiras de todos os tempos pela
revista Rolling Stone Brasil.
A classificação da música em segundo lugar,
sendo a favorita disparada do público, rendeu
episódios de fúria popular contra os jurados,
xingados e com seus carros danificados à saída
do evento. A atriz Bibi Ferreira, uma das juradas
que tiveram seu carro atacado, deu a maior nota da
noite à canção e saiu do estádio do Maracanãzinho
decepcionada com o resultado. Ziraldo, por exemplo,
outro dos jurados, deu nota 10 para "Caminhando" e 5
para as outras músicas, inclusive a vencedora. Apenas
em 1991, Walter Clark, diretor-geral da Rede Globo de
Televisão na época, a organizadora e transmissora do
festival, revelou em sua autobiografia que a direção
da emissora recebeu ordens do comando do I Exército
para que nem "Caminhando" nem "América, América", de
César Roldão Vieira, extremamente críticas ao governo,
vencessem o festival. Boni, o segundo em comando da rede,
anos depois declarou que o júri tinha sido soberano e não
sofrera nenhuma pressão, desconhecendo o fato narrado por
Walter Clark. O festival foi vencido por Sabiá de Chico
Buarque de Hollanda e Tom Jobim. Anos mais tarde, Boni
confessou que "ver Tom e Chico sendo vaiados era doloroso
e Vandré ter perdido dava uma sensação de vazio".